Em virtude da pandemia do novo coronavírus, o atual cenário em que o Brasil se encontra deixa diversas dúvidas e inquietações. De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde, já são mais de 250 mil casos confirmados e mais de 15 mil óbitos no país.
Diante dessa pandemia, as incertezas se tornam cada vez maiores e, quando o assunto é vestibular, não é diferente. Contudo, mesmo com o Brasil nessa situação, o Ministério da Educação (MEC) manteve as datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), principal meio de ingresso à educação superior pública brasileira. Por esse motivo, uma grande parcela dos estudantes estão sofrendo as consequências decorrentes do não adiamento da prova, afinal, muitos deles não têm acesso à internet ou a um computador.
Além disso, para diminuir a curva de contaminação, governadores estaduais aderiram ao isolamento social e suspenderam as aulas em redes públicas de ensino, algo que foi seguido também pelas instituições privadas. Mas, como já foi dito anteriormente, os principais afetados são aqueles que não têm condições de continuar estudando durante a quarentena.
É válido mencionar que os alunos da rede pública brasileira representam mais de 70% dos inscritos no Enem. Cabe ao MEC averiguar se todos esses estudantes estarão aptos para realizar o exame este ano em meio às consequências geradas pela pandemia.
#AdiaEnem: apelo vai ser atendido?
Diante do pedido no Senado para que o calendário atual do Enem fosse suspenso, da pressão e repercussão causada por meio das redes sociais, com estudantes, artistas e influenciadores digitais utilizando a hashtag AdiaEnem, o MEC se pronunciou nesta terça-feira (19).
De acordo com nota divulgada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), instituição vinculada ao MEC e responsável pelo Enem, os inscritos no exame (mais de 4 milhões) vão poder opinar sobre a data de realização da prova. Para isso, o MEC fará uma consulta com os estudantes na última semana de junho. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub:
“O governo do presidente Jair Bolsonaro quer saber a opinião dos brasileiros. Democracia é isso! […] Nosso posicionamento é saber a opinião dos principais interessados, perguntando diretamente aos estudantes inscritos.”
Os estudantes serão consultados na Página do Participante, que reúne todas as etapas de realização do Enem. Nesse espaço, quem faz o exame tem acesso a informações sobre local e horário de prova, opção de língua estrangeira, além do resultado individual e da vista pedagógica da redação.
De acordo com o Inep, a versão digital das provas já atingiu 101,1 mil inscritos, isto é, todas as vagas para a primeira aplicação desse modelo foram preenchidas. As inscrições vão até o dia 22 de maio.
Conforme edital, o Enem impresso tem as datas de realização marcadas para os dias 1º e 8 de novembro. A data da versão digital do exame já foi alterada. A previsão inicial era que acontecesse nos dias 11 e 18 de outubro deste ano, mas o modelo deve acontecer em 22 e 29 de novembro.
Contudo, cabe agora esperar que os inscritos no Enem sejam ouvidos para que, após saber a opinião da maioria a respeito da manutenção ou adiamento das datas do exame, seja possível chegar a uma decisão sobre quando este deverá ser realizado.
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