Questões sobre Funções da Linguagem no Enem

Relembre alguns conceitos sobre Funções da Linguagem e gabarite as questões sobre o assunto no Enem!

As funções da linguagem estão relacionadas diretamente com a comunicação oral e escrita e diz respeito à intenção presente na mensagem que o interlocutor deseja transmitir.

Estas aparecem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em enunciados extraídos de matérias jornalísticas, trechos de livros ou poemas e o que se espera é que o candidato seja capaz de identificar qual o tipo de função que predomina no texto.

Preparamos um breve resumo sobre este assunto com exemplos de como as funções da linguagem são utilizadas na comunicação. A seguir, temos uma lista de questões para você colocar em prática o conhecimento adquirido. Confira!

Tipos de Funções da Linguagem

São seis os tipos de funções da linguagem cobradas no Enem e cada uma delas está presente no nosso cotidiano, seja em uma conversa corriqueira, em um texto que lemos na internet ou em um anúncio exposto em um outdoor na estrada.

1. Função conativa ou apelativa

Esta existe com o propósito de persuadir o receptor da mensagem ou induzi-lo a tomar alguma atitude. É frequente a presença do verbo no imperativo (compre, mande, receba etc) e é muito comum encontrar esse tipo de função da linguagem em propagandas e anúncios.

Exemplo: “Confira nossas ofertas”.

2. Função emotiva ou expressiva

Esta função da linguagem possui um caráter subjetivo e com forte presença do “eu” no texto enunciado. Chama-se emotiva porque tem o objetivo de expressar os sentimentos e emoções do emissor e é muito comum em depoimentos e poemas.

Exemplo: Trecho da música “O que a gente podia ser”, da banda Vanguart:

“Dei a partida
Olhando o Cristo
Ao meio dia
O que eu iria fazer?”.

3. Função metalinguística

Uma das funções da linguagem mais presentes no Enem é a metalinguística. Isso porque esta se trata de algo falando sobre si mesmo.

Exemplo: um documentário que fala sobre a produção de documentários ou um poema sobre poesia.

4. Função referencial

Esta função da linguagem aparece com muita frequência nas questões do Enem. Isso porque tem como principal objetivo transmitir alguma informação e, por isso, é apresentada de forma objetiva.

Exemplo: Jovem da periferia de São Paulo é selecionado para curso no exterior”.

5. Função fática

Esse tipo de função da linguagem está muito presente nas nossas conversas no dia a dia. Ela ocorre para atestar que os diálogos estão acontecendo, seja no início, no meio ou no final da conversa, ou para corrigir possíveis falhas na comunicação.  

Exemplo: “Não estou te ouvindo. Acho que seu microfone está com algum problema”.

6. Função poética

Rica em figuras de linguagem e subjetividade, esta função tem o foco em sua essência e em sua mensagem. É muito comum em letras de músicas e poesias.

Exemplo: Trecho da música “Uma ligeira impressão”, de Vinícius Calderoni:

“Por alguma razão que eu desconheço
Você veio morar dentro do meu querer”.

Agora que você já recordou as seis funções da linguagem no Enem é hora de testar seus conhecimentos com os exercícios de edições anteriores do Enem.

Questões sobre Funções da Linguagem no Enem

01 – (ENEM) A biosfera, que reúne todos os ambientes onde se desenvolvem os seres vivos, se divide em unidades menores chamadas ecossistemas, que podem ser uma floresta, um deserto e até um lago. Um ecossistema tem múltiplos mecanismos que regulam o número de organismos dentro dele, controlando sua reprodução, crescimento e migrações.

DUARTE, M. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das
Letras, 1995.


Predomina no texto a função da linguagem:

a. emotiva, porque o autor expressa seu sentimento em relação à ecologia.
b. fática, porque o texto testa o funcionamento do canal de comunicação.
c. poética, porque o texto chama a atenção para os recursos de linguagem,
d. conativa, porque o texto procura orientar comportamentos do leitor.
e. referencial, porque o texto trata de noções e informações conceituais.

02 – (ENEM) Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. E, a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a essa leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo uma outra não prevista.

LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo.
São Paulo: Ática, 1993


Nesse texto, a autora apresenta reflexões sobre o processo de produção de sentidos, valendo-se da metalinguagem. Essa função da linguagem torna-se evidente pelo fato de o texto:
a. ressaltar a importância da intertextualidade.
b. propor leituras diferentes das previsíveis.
c. apresentar o ponto de vista da autora.
d. discorrer sobre o ato de leitura.
e. focar a participação do leitor

03 – (ENEM) Poema tirado de uma notícia de jornal João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número. Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro Bebeu Cantou Dançou Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira: poesias reunidas. Rio
de Janeiro: José Olympio, 1980


No poema de Manuel Bandeira, há uma ressignificação de elementos da função referencial da linguagem pela

a. atribuição de título ao texto com base em uma notícia veiculada em jornal.
b. utilização de frases curtas, características de textos do gênero jornalístico. c. indicação de nomes de lugares como garantia da veracidade da cena narrada.
d. enumeração de ações, com foco nos eventos acontecidos à personagem do texto.
e. apresentação de elementos próprios da notícia, tais como quem, onde, quando e o quê.

04 – (ENEM) Há o hipotrélico. O termo é novo, de impensada origem e ainda sem definição que lhe apanhe em todas as pétalas o significado. Sabe-se, só, que vem do bom português. Para a prática, tome-se hipotrélico querendo dizer: antipodático, sengraçante imprizido; ou talvez, vicedito: indivíduo pedante, importuno agudo, falta de respeito para com a opinião alheia. Sob mais que, tratando-se de palavra inventada, e, como adiante se verá, embirrando o hipotrélico em não tolerar neologismos, começa ele por se negar nominalmente a própria existência.

ROSA, G. Tutameia: terceiras estórias. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2001 (fragmento).


Nesse trecho de uma obra de Guimarães Rosa, depreende-se a predominância de uma das funções da linguagem, identificada como

a. metalinguística, pois o trecho tem como propósito essencial usar a língua portuguesa para explicar a própria língua, por isso a utilização de vários sinônimos e definições.
b. referencial, pois o trecho tem como principal objetivo discorrer sobre um fato que não diz respeito ao escritor ou ao leitor, por isso o predomínio da terceira pessoa.
c. fática, pois o trecho apresenta clara tentativa de estabelecimento de conexão com o leitor, por isso o emprego dos termos “sabe-se lá” e “tome-se hipotrélico”.
d. poética, pois o trecho trata da criação de palavras novas, necessária para textos em prosa, por isso o emprego de “hipotrélico”. e. expressiva, pois o trecho tem como meta mostrar a subjetividade do autor, por isso o uso do advérbio de dúvida “talvez.

05 – (ENEM)
Questões sobre Funções da Linguagem no Enem
Que estratégia argumentativa leva o personagem do
terceiro quadrinho a persuadir sua interlocutora?

a. Prova concreta, ao expor o produto ao consumidor.
b. Consenso, ao sugerir que todo vendedor tem técnica.
c. Raciocínio lógico, ao relacionar uma fruta com um produto eletrônico.
d. Comparação, ao enfatizar que os produtos apresentados anteriormente são inferiores.
e. Indução, ao elaborar o discurso de acordo com os anseios do consumidor.

Gabarito

01- E; 02- D; 03- E; 04 – A; 05- E

Baixe a lista de exercícios em PDF

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Jornalista e pós-graduanda em Literatura Brasileira. Atua como criadora de conteúdo, revisora e tradutora. Quer ser muitas coisas e é verdadeiramente apaixonada por tudo o que faz.

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