Escravidão Negra no Brasil: características, tráfico, abolicionismo

Entenda a origem da escravidão negra no Brasil e suas principais consequências. O assunto está presente todos os anos nas questões do Enem e outros vestibulares.

Portugal foi o primeiro Estado Nacional instaurado, conseguindo fazer a transição do sistema feudal para o absolutista. Isso propiciou para que a coroa tivesse capital o suficiente para investir em tecnologias capazes de aumentar a influências política e econômica de Portugal, grande parte desses adventos foram feitos por meio da Escola de Sagres.

A conquista de Ceuta e a travessia no Cabo da Boa Esperança (1498)  auxiliaram para que Portugal quebrasse o monopólio dos turcos pela rota terrestre e de Gênova e Veneza pela rota do mediterrâneo. 

O contato dos portugueses dava-se a partir da instalação de feitorias e trocas com reinos africanos por escravos, ouro, pedras, marfim e especiarias. 

Quando houve o declínio do comércio com o Oriente proveniente de ataques de outros países e pelo custo alto para manter a estrutura comercial em 3 continentes diferentes. A coroa portuguesa começou-se a preocupar com a colonização de suas colônias americanas.

Escravidão negra no Brasil como sistema econômico e social

Escravidão Negra no Brasil
Escravidão Negra no Brasil

É importante alertar que a diferença da escravidão que iniciou-se do século 15 para as escravidões anteriores é que a escravidão impulsionada pelo domínio europeu era impulsionado não somente por necessidades econômicas como a manutenção do sistema de monocultura nas colônias, mas também por justificações científicas e religiosas. 

Justificativa Econômica

A economia colonial brasileira exigia, desde o açúcar, por uma estrutura pautada nos grandes latifúndios monocultores  de mão de obra intensiva.

Quando os portugueses começaram iniciaram a colonização no Brasil, encontraram povos indígenas que tinham a extração como seu modo de subsistência e eram nômades. 

Para a plantação de açúcar o negro foi considerado mais ideal devido a seu histórico cultural como sedentário e também por não tinham conhecimento do território, o que os tornava mais vulneráveis ao poder português. 

Ademais, o tráfico negreiro era lucrativo tanto para a metrópole, a Coroa Portuguesa e a Igreja, esta última recebia 10% de todo o capital adquirido. 

Justificativa Científica

Muitas teorias científicas foram formuladas para justificar a dominação europeia em domínio africano e a subsequente imposição de subserviência a seus povos. 

A craniometria ou craniologia foi empregada especialmente pelos ingleses para justificar papéis de passividade dos africanos. 

O Darwinismo social, desenvolvido especialmente por Spencer, indicava a existência de raças bárbaras em contrapartida com raças civilizatórias e que a dominação da última para a primeira era a ordem natural do progresso. 

Justificativa Religiosa

A maldição Cam está no livro de gênesis como uma maldição que recaiu sobre Canaã neto de Cam, por o último ter rido de Noé, seu pai, o que fez com que Canaã tivesse uma coloração negra em sua pele para marcá-lo por sua insolência. 

A Bula Romanus Pontifex de 1455 respaldou essa interpretação bíblica, fazendo com que a Igreja promovesse políticas raciais discriminatórias contra a população africana. 

Uma das razões pela qual a Igreja era contrária à escravização indígena pode ser de natureza política, como forma de conter o avanço as doutrinas protestantes em solo americano. 

O tráfico Negreiro

O escravos destinados para o Brasil eram trocados na África com os portugueses e eram levados para as Américas pelos portos de Luanda e Cabinda. 

Os negros eram embarcados nos ‘’tumbeiros’’, os navios negreiros, muitos morriam por conta das péssimas condições durante o trajeto, em média morria de 30% a 40%.

Em seguida os escravos que conseguiam se comunicar eram separados e mandados para fazendas distintas e em seguida mandados para as senzalas. 

As Resistências à Escravidão

Em relação a escravidão negra no Brasil, há diversas formas de resistência desde as mais passivas como a indução ao aborto no caso das escravas e os suicídios afrontando o princípio de propriedade ao senhor como revoltas coletivas conhecidas como os quilombos.

O quilombos eram de sua maioria negros, mas também haviam índios, judeus que se recusavam a ser convertidos e brancos que cometeram crimes contra a colônia. Essas estruturas ficavam em locais de difícil acesso para não serem pegos pelos ‘’caçadores-do-mato’’ ou os bandeirantes. 

Para garantir sua subsistência os quilombos faziam trocas com as vilas mais próximas para garantir que a mesma os protegesse. 

A abolição da Escravidão

O processo de abolição da escravidão negra no Brasil antes do século 19 se deu por diversas tentativas abolicionistas isoladas como a Conjuração Baiana.

A partir do século 19 diversas pressões internacionais, especialmente a britânica, exigiam o fim da escravidão no território brasileiro, especialmente no fim do Segundo Reinado.

Ademais, as resistências do próprio exército em consequência a participação dos escravos na Guerra do Paraguai junto com lideranças entusiastas como a de Joaquim Nabuco, auxiliaram para que em outubro de 1887 a Princesa Isabel assinasse a Lei Áurea e acabasse de vez com a escravidão.

Lista de Exercícios sobre Escravidão Negra no Brasil

Para baixar a lista de questões sobre o tema, basta clicar no link abaixo:

Que tal revisar? Veja a vídeo-aula!

Gostou desse conteúdo? Não deixe de acompanhar uma Revisão completa para o Enem grátis aqui no site.

Conteúdo diário sobre o Enem, SiSU, ProUni e Fies. Sugestões de conteúdo: contato@foconoenem.com

Comente