Questões sobre Escravidão Negra no Enem

A escravidão negra no Enem é um tema recorrente nas questões cobradas sobre História do Brasil.

As questões sobre Escravidão Negra no Enem são cobradas na prova de História do Caderno de Ciências Humanas. Por esse motivo, é importante se aprofundar nessa temática e buscar compreender todos os fatores que envolvem esse período histórico do país.

A fim de auxiliar os alunos que prestarão o Enem, este texto explica as características da Escravidão Negra no Brasil, bem como suas causas e consequências para a população negra do país.

Revisão sobre Escravidão Negra no Brasil

Origem e causas

O processo de escravidão negra no território brasileiro começou no Período Colonial, no século XVI, com o tráfico de homens e mulheres dos países africanos por meio dos navios negreiros. .

Esse processo se caracterizou pelo trabalho forçado nos engenhos, iniciado em 1530, com o cultivo da cana-de-açúcar. Para isso, porém, era preciso uma grande quantidade de pessoas para impulsionar esse processo. Mas como esse sistema foi consolidado?

É importante salientar que durante esse período os países colonizadores europeus estabeleceram relações comerciais com o continente africano. Nesse contexto, com a atenção voltada para as Américas, os portugueses buscaram consolidar presença no Brasil e impedir a invasão de tropas estrangeiras na sua colônia.

Desse modo, a fim de ampliar a mão-de-obra nos engenhos, os portugueses forneciam aos reinos africanos ouro, marfim, entre outras pedras preciosas, em troca de escravos.

Justificativas

No Brasil, a escravidão de homens e mulheres dos países africanos teve como finalidade econômica a manutenção da estrutura de monocultura na colônia. Isso porque, embora esse processo tenha se iniciado com o trabalho forçado realizado pela população indígena, o modelo de produção desses povos destoava do sistema mercantilista europeu.

No entanto, outros fatores científicos e religiosos interferiram nesse processo. Desse modo, as teorias científicas desenvolvidas na época também influenciaram na dominação europeia em relação aos povos africanos. O Darwinismo Social foi uma dessas ideias que tentou legitimar o processo de escravidão da época.

A religião, por sua vez, também determinou o processo de escravidão da população negra no Brasil. Nos primeiros anos da colônia, muitos indígenas foram catequizados pelos jesuítas e passaram a ser considerados “homens com alma”. Isso que culminou na proibição, por parte da Corte, da escravização dos povos nativos brasileiros. Já os africanos, por sua vez, eram classificados como povos “sem alma” e traziam consigo a “maldição de Cam”.

Formas de resistência

A escravidão foi extremamente violenta no Brasil. Os africanos, trazidos ao país foram submetidos a humilhações, tendo os cabelos cortados à força, peles esfregadas com óleo, entre outras práticas impetuosas. Nos engenhos, além do trabalho forçados em longas jornadas e falta de alimentação, sofreram com chicotadas e foram vítimas de estupros.

Os negros submetidos à escravidão no Brasil buscaram diversos modos de resistir à violência empreendida pelos portugueses e senhores de engenho. Uma das principais formas de resistir à opressão era por meio dos quilombos, organizados por escravos que fugiam das fazendas.

Abolição da escravidão

A abolição da escravatura aconteceu por meio da Lei Aurea, aprovada em 13 de maio de 1888, assinada pela Princesa Isabel. Esse processo foi concluído após várias tentativas dos abolicionistas e pressões internacionais para que a escravidão fosse interrompida.

Entretanto, até os dias de hoje, a população negra sofre as consequências do processo de escravidão no Brasil nas periferias do país, no mercado de trabalho e no genocídio dos povos negros nas cidades.

As questões sobre a escravidão negra no Enem são cobradas na prova de história. Por isso, é necessário estudar bastante sobre esse assunto a fim de obter um bom desempenho e compreender esse período histórico e como ele ainda interfere na sociedade brasileira.

Questões sobre Escravidão Negra no Enem

Questão 1

(ENEM) O que ocorreu na Bahia de 1798, ao contrário das outras situações de contestação política na América portuguesa, é que o projeto que lhe era subjacente não tocou somente na condição, ou no instrumento, da integração subordinada das colônias no império luso. Dessa feita, ao contrário do que se deu nas Minas Gerais (1789), a sedição avançou sobre a sua decorrência.

ANCSÓ, I.; PIMENTA, J. P. Peças de um mosaico. In: MOTA,
C. G. (Org.) Viagem incompleta: a experiência brasileira
(1500-2000). São Paulo: Senac, 2000.

A diferença entre as sedições abordadas no texto encontrava-se na pretensão de:

a. eliminar a hierarquia militar.
b. abolir a escravidão africana.
c. anular o domínio metropolitano.
d. suprimir a propriedade fundiária.
e. extinguir o absolutismo monárquico.

Questão 2

(ENEM) A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervosa, pedindo desculpas por não possuir títulos nem conhecimentos, mas orgulhosa ofereceu a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação, guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pronunciava orações que levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava, declamando seus poemas. Aquelas “angélicas senhoras”, “heroínas da caridade”, levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu entusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fazerem alforrias gratuitamente

MIRANDA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br.
Acesso em: 10 jun. 2015

As práticas culturais narradas remetem, historicamente, ao movimento:

a. feminista.
b. sufragista.
c. socialista.
d. republicano.
e. abolicionista.

Questão 3

(ENEM) Outra importante manifestação das crenças e tradições africanas na Colônia eram os objetos conhecidos como “bolsas de mandinga”. A insegurança tanto física como espiritual gerava uma necessidade generalizada de proteção: das catástrofes da natureza, das doenças, da má sorte, da violência dos núcleos urbanos, dos roubos, das brigas, dos malefícios de feiticeiros etc. Também para trazer sorte, dinheiro e até atrair mulheres, o costume era corrente nas primeiras décadas do século XVIII, envolvendo não apenas escravos, mas também homens brancos.

CALAINHO, D. B. Feitiços e feiticeiros. In: FIGUEIREDO, L.
História do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da
Palavra, 2013 (adaptado).

A prática histórico-cultural de matriz africana descrita no texto representava um(a)

a. expressão do valor das festividades da população pobre.
b. ferramenta para submeter os cativos ao trabalho forçado.
c. estratégia de subversão do poder da monarquia
portuguesa.
d. elemento de conversão dos escravos ao catolicismo romano. e. instrumento para minimizar o sentimento de desamparo social.

Questão 4

Questão sobre Escravidão Negra no Brasil no Enem

Considerando a linha do tempo acima e o processo de abolição da escravatura no Brasil, assinale a opção correta.

a. O processo abolicionista foi rápido porque recebeu a adesão de todas as correntes políticas do país.
b. O primeiro passo para a abolição da escravatura foi a
proibição do uso dos serviços das crianças nascidas em cativeiro
c. Antes que a compra de escravos no exterior fosse proibida, decidiu-se pela libertação dos cativos mais velhos.
d. Assinada pela princesa Isabel, a Lei Áurea concluiu o processo abolicionista, tornando ilegal a escravidão no Brasil
e. Ao abolir o tráfico negreiro, a Lei Eusébio de Queirós
bloqueou a formulação de novas leis antiescravidão no Brasil.

Questão 5

(ENEM) Negro, filho de escrava e fidalgo português, o baiano Luiz Gama fez da lei e das letras suas armas na luta pela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravo pelo seu pai para cobrir dívidas de jogo. Sabendo ler e escrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma, fez do direito o seu ofício e transformou-se, em pouco tempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.


AZEVEDO, E. O orfeu de carapinha. In: Revista de História.
Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, ano 1, n. 3, jan. 2004
(adaptado).

A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na segunda metade do séc. XIX foi resultado de importantes lutas sociais condicionadas historicamente. A biografia de Luiz Gama exemplifica a:

a. impossibilidade de ascensão social do negro forro em uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.
b. extrema dificuldade de projeção dos intelectuais negros nesse contexto e a utilização do Direito como canal de luta pela liberdade.
c. rigidez de uma sociedade, assentada na escravidão, que inviabilizava os mecanismos de ascensão social.
d. possibilidade de ascensão social, viabilizada pelo apoio das elites dominantes, a um mestiço filho de pai português.
e. troca de favores entre um representante negro e a elite agrária escravista que lhe outorgara o direito advocatício ao mesmo.

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Questão 1 – B
Questão 2 – C
Questão 3 – E
Questão 4 – D
Questão 5 – B

Questões sobre Escravidão em PDF

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Carlos Eduardo Bertin (33) é jornalista, publicitário e mestre em comunicação social. Escreve sobre Comunicação, Religião, Cultura, Educação, Carreira e Investimentos.

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