Artes no Enem: da Pré-História à idade contemporânea – Revisão completa!

Presente na prova de Linguagens, a Arte aparece de maneira sutil no Enem, mas tem uma enorme importância

Apesar da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contar apenas com cinco questões da matéria de Artes, é fundamental que os candidatos tenham conhecimento a respeito do assunto e das diversas fases que traduzem a evolução dos movimentos artísticos no mundo.

De modo geral, dificilmente o estudante irá se deparar com questões que exigem estabelecer relações entre uma obra de arte e o período em que ela está inserida. O que é essencial é que este saiba interpretar o trabalho artístico a partir do contexto em que foi produzido e de acordo com o papel social que seu autor tinha à sua época.

Artes no Enem: o como cai?

Nos últimos anos, a prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias incluiu a matéria de Artes no Enem, de modo geral, em três períodos específicos: a arte Contemporânea, as Vanguardas Europeias e o Modernismo. No entanto, esta disciplina pode aparecer de diversas outras maneiras no exame, como, por exemplo, em questões a respeito da arte na Pré-História e na Idade Média.

Preparamos um breve resumo do que foram os principais períodos artísticos ao longo da história da Humanidade. Confira:

1. Arte na Pré-História

Neste período, também conhecido como Idade da Pedra, o conceito de arte não existia. O que, hoje, consideramos como arte pré-histórica são as pinturas feitas nas paredes das cavernas e as esculturas feitas em rochas.

Especialistas em arte ainda levantam muitos debates a respeito da motivação dos registros que, hoje, são considerados artísticos na Pré-História, mas há um consenso de que as intenções dos “artistas” da época eram assinalar o cotidiano apenas para tê-lo gravado, além de razões ritualísticas. As marcações nas paredes das cavernas serviam para estabelecer uma conexão entre o homem e a natureza.

A Pré-História é dividida em três períodos distintos: o Paleolítico (2,5 milhões de anos atrás – 10 mil a.C.), o Neolítico (10 mil a.C. – 5 mil a.C.) e a Idade dos Metais (5 mil a.C. – 3.500 a.C.). Da mesma forma, a arte era distinta nestes três momentos da humanidade:

Paleolítico

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Pintura rupestre do período paleolítico. (Imagem: Wikimedia)

Especialistas acreditam que a pintura rupestre, que consistia em gravuras registradas nas paredes das cavernas, foi desenvolvida há aproximadamente 40 mil anos por homens que já utilizavam ferramentas obtidas a partir da escultura em pedra e já dominavam o fogo.

Entre as principais características da arte típica do período Paleolítico está o uso de materiais como sangue, terra, flores e carvão para realizar as pinturas. Registros feitos com esse tipo de material em cavernas foram encontrados em diversos locais do mundo, entre eles a França, a Espanha, a Argentina, a Austrália e também o Brasil.

Mas nem somente de pintura rupestre vivia a arte no período Paleolítico. Datam dessa época diversas esculturas de pequeno porte. Várias peças que retratavam Vênus, a divindade da fertilidade, conhecida como Deusa Mãe, foram encontradas sempre seguindo o mesmo padrão: um corpo feminino nu com formas voluptuosas.

Neolítico

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Stonehenge, no Reino Unido, é um exemplo de arte feita no período Neolítico.

Este foi um período de grandes transformações em diversas áreas da sociedade. A essa altura, o homem já dominava técnicas agrícolas e os animais já eram domesticados. A fase ficou caracterizada pelo termo sedentarização do homem.

Assim, novas ferramentas foram desenvolvidas e foi neste momento que os indivíduos começaram a desenvolver capacidades arquitetônicas, ou seja, começaram a construir. A partir de grandes rochas empilhadas, complexos gigantescos foram construídos e foram chamados de monumentos megalíticos.

O monumento megalítico mais conhecido da Humanidade é, sem dúvidas, Stonehenge, na Inglaterra. Há, até hoje, quem acredite que aquelas rochas foram empilhadas por extraterrestres, mas basta estudar atentamente um pouco de História para saber que nossos antepassados dispunham de tecnologia o suficiente para fazer aquilo por conta própria.

Idade dos Metais

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Ferramentas feitas pelos homens utilizando metais.

A última fase da Pré-História é marcada pela descoberta dos metais. A partir deste período, os homens começaram a desenvolver novas técnicas para a produção artística, como o uso da metalurgia e a fundição.

Diversas peças confeccionadas em madeira e metal na região dos Bálcãs na Europa, datando de 5.300 a.C. Estas figuras, assim como no período Paleolítico, também retratavam corpos femininos nos mesmos moldes de Vênus e, da mesma forma, receberam este nome.

2. Arte na Antiguidade Clássica

Este período se refere à arte produzida pelas civilizações grega e romana e se dá a partir do fim da Pré-História até o início da Idade Média (cerca de 450 d.C.). As duas sociedades que estão compreendidas no período da Antiguidade Clássica são as que deram origem a toda a civilização ocidental.

Para permitir uma melhor compreensão a respeito do tipo de arte produzido por cada uma das civilizações, dividiremos em tópicos distintos:

Arte Grega

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Templo de Apolo, em Pesto, Itália (Shutterstock.com)

Os gregos, por volta do ano 500 a.C., destacavam-se por diversas formas de manifestações artísticas, como a pintura, a escultura e a arquitetura. Estas tinham características muito marcantes, tais como:

  • Obras produzidas a partir da observação de modelos vivos;
  • Perfeita simetria;
  • Valorização do ser humano;
  • Peças artísticas confeccionadas para usos domésticos, religiosos e funerários.

A pintura na Grécia Antiga era feita em peças de cerâmica, com ornamentos desenhados delicadamente e detalhes que chamavam a atenção pela perfeição simétrica. Essas peças eram utilizadas no dia a dia das famílias com o objetivo de armazenar mantimentos, por exemplo. As figuras registradas retratavam cenas do cotidiano, como músicos tocando seus instrumentos e mulheres dançando.

A arquitetura grega chama a atenção até os dias de hoje. Construções monumentais são pontos de parada obrigatória para as centenas de turistas que visitam o país anualmente. Em geral, eram edificações levantadas com o objetivo de servirem como templo de adoração aos deuses.

Na escultura, esta civilização também não deixava a desejar. Utilizando-se do mármore e, posteriormente, do bronze, as obras retratavam os atletas e deuses gregos com perfeição de detalhes.

Arte Romana

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Ara Pacis , Altar dedicado pelo imperador romano Augusto. (Imagem: Wikimedia)

Assim como a grega, a civilização romana também se destacou pelas produções artísticas em diversos tipos de manifestações, sobretudo a pintura, a escultura e, mais do que todas, a arquitetura. O aspecto que mais se destaca no caso desta última é o uso de arcos, que podem ser vistos no Coliseu.

A pintura romana era feita em murais e os artistas utilizavam diversos tipos de materiais, como metais em pó, substâncias extraídas de criaturas marinhas como moluscos, seiva de árvores, pó de madeira e até vidro pulverizado.

A escultura romana chama a atenção pela perfeição dos detalhes. Os autores não tinham o objetivo de retratar o belo, mas o real. Geralmente, as peças eram confeccionadas para adornar templos.

3. Arte na Idade Média

O período medieval é compreendido entre os séculos V e XV. A arte se divide em dois momentos que atribuem às obras feitas nesta época características muito específicas e marcantes, as definindo em arte Românica e Gótica.

Arte Românica

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Arte Medieval Romântica. (Imagem: Wikimedia)

O nome desta manifestação artística está atrelado às características trazidas da cultura romana. Esta se apresentava de diversas formas, mas com destaque especial para a arquitetura.

A construção de castelos, igrejas e mosteiros é muito marcante na Arte Românica. As obras eram feitas com poucas janelas, tornando a escassez de luz na parte interna dos ambientes uma característica da arquitetura neste período. Além disso, era comum o uso de arcos, abóbadas e as paredes das edificações eram grossas com o propósito de proteger as construções de ataques inimigos.

A pintura e a escultura na Arte Românica são caracterizadas pela arte de cunho religioso, apresentando cenas descritas nos livros sagrados com o propósito de instruir as pessoas além de adornar os ambientes de igrejas e mosteiros.

Arte Gótica

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Catedral de Milão (1385), Itália (Imagem: Wikimedia)

Desenvolvida no período da Baixa Idade Média (século X a XV), esta se opunha à Arte Românica no que diz respeito à robustez das obras arquitetônicas. Ao passo que, na primeira, as paredes eram grossas e não havia muitas janelas, neste momento essas características não se fazem mais presentes.

Foi, também, no período gótico que se tornou comum o uso de vitrais nas catedrais e igrejas. Além de permitir a entrada de luz, estes traziam temas religiosos como forma de adorno.

A pintura e a escultura góticas tinham, assim como na Arte Românica, como tema principal a religiosidade e, da mesma forma, eram utilizadas para instruir a população e adornar os centros religiosos.

4. Arte na Idade Moderna

Com o fim da Idade Média, o mundo presencia o início da Idade Moderna. Esta é compreendida entre os anos de 1453 e 1789. Assim como em qualquer época da História, as diversas mudanças que a sociedade enfrentou neste período influenciaram, também, no fazer artístico.

Este período é marcado pelas expansões marítimas e a transição do sistema feudal para o capitalismo. O final da Idade Média já apontava o caminho que as artes iam seguir diante das transformações. A Era Moderna foi marcada por três períodos distintos:

Renascimento

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Pietá, na Basílica de São Pedro, Vaticano, Michelangelo. (Imagem: Wikimedia)

Este período reflete claramente as transformações pelas quais a sociedade como um todo estava passando. Grandes nomes das artes plásticas, como Michelangelo e Leonardo Da Vinci e a grandiosidade de seus trabalhos reverbera até os nossos dias.

Com caráter humanista em um momento de significativos avanços científicos, o Renascimento divergia das manifestações artísticas do final da Idade Média justamente pelo foco no ser humano (antropocentrismo), em oposição ao teocentrismo.

Barroco

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 Escultura do Conjunto de Os Profetas, de Aleijadinho (Imagem: Wikimedia)

O contexto do surgimento do Barroco foi o início dos movimentos da Reforma Protestante e da Contrarreforma. A arte barroca tinha como principais características o foco nas emoções humanas e, na estética, o excesso de requinte e adornos.

As figuras retratadas nas esculturas neste período tinham expressões faciais bem marcadas pelo sofrimento e pela dor e também a pintura era carregada de detalhes.

Rococó

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Pintura no interior do Ca’ Rezzonico, Palácio em Veneza. (Imagem: Wikimedia)

Este movimento surgiu em oposição ao Barroco, na França. Na pintura, as obras do Rococó costumavam retratar o dia a dia da aristocracia em locais como jardins, prezando pelo uso de cores claras, sobretudo o branco, o rosa e o azul.

Na escultura, as curvas começaram a ser mais delicadas, porém as feições eram menos expressivas do que no movimento a que se contrapunha. Eram retratados anjos, mulheres e crianças.

Modernismo

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 A dança (1909), de Henri Matisse. (Imagem: Wikimedia)

Movimento muito marcante nas artes literárias, nas artes visuais o Modernismo também teve papel fundamental. Período datado entre os anos de 1900 e 1940, é a raiz das vanguardas europeias, que abarcam diversos outros movimentos artísticos e culturais, tais como:

Impressionismo

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Claude Monet, Impressão, 1872, óleo sobre tela (Imagem: Wikimedia).

Este movimento tinha como principais características a representação da presença da luz natural nas obras, uso de cores complementares e luz do sol, contornos indefinidos e uso de pequenas manchas que tinham como objetivo dar a sensação de efemeridade.

Cubismo

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Les demoiselles d’Avignon (Imagem: Wikimedia).

Marcado pela arte abstrata e pela presença de formas geométricas, o Cubismo não pretendia que a obra fosse uma simples representação da natureza. O artista que mais se destacou neste movimento foi Pablo Picasso, autor de obras como Guernica e Les Demoseiles D’Avignon.

Futurismo

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Futurismo (Imagem: Pinterest)

Muito presente tanto nas artes visuais quanto na literatura, este movimento foi fundado por Filippo Marinetti a partir do Manifesto Futurista e tinha como principais características a exaltação da tecnologia, valorização da velocidade, a ligação ideológica com o fascismo, a ruptura com o passado e a tendência de justificar a violência por meio do militarismo.

Surrealismo

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A persistência da memória (1931), Salvador Dali (Imagem: Wikimedia).

Tendo como maior representante o artista plástico Salvador Dali, o movimento surrealista se caracterizava pelo pensamento livre e pela espontaneidade na expressão. Aqui no Brasil, representou o movimento surrealista a artista Tarsila do Amaral, um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922.

Expressionismo

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Céu Estrelado, Vincent Van Gogh (Imagem: Pixabay)

Este movimento, datado do início do século XX, é marcado pela presença da subjetividade. As obras desenvolvidas neste período apresentam cores vibrantes e pinceladas bem marcadas. Vincent Van Gogh é um dos nomes mais conhecidos do Expressionismo e sua trajetória de vida traduz bem o caráter emocional do movimento.

5. Arte Contemporânea

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 Banksy (Imagem: Flickr)

Iniciada após o fim da Segunda Guerra Mundial (1945), a arte contemporânea traz consigo todas as características de um mundo globalizado. Neste momento, as manifestações artísticas se preocupavam mais com o conceito do que com a estética. Os artistas deste período têm o objetivo de levar o público à reflexão.

As principais características da arte contemporânea são a efemeridade, a liberdade artística, de pensamento e expressão, a interação do espectador com a peça, a ruptura com os suportes artísticos tradicionais e a mescla dos estilos artísticos.

Alguns movimentos artísticos da Idade Contemporânea são:

  • Minimalismo;
  • Expressionismo abstrato;
  • Street art;
  • Pop Arte;
  • Arte cinética.

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Jornalista e pós-graduanda em Literatura Brasileira. Atua como criadora de conteúdo, revisora e tradutora. Quer ser muitas coisas e é verdadeiramente apaixonada por tudo o que faz.

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