Questões sobre o Romantismo no Enem

Recorde conceitos a respeito do Romantismo e resolva questões do Enem sobre o assunto para exercitar seus conhecimentos!

Com origem na Europa, a escola literária denominada Romantismo chegou ao Brasil com toda a força e logo ganhou características próprias, rompendo os vínculos com as influências portuguesas.

O Romantismo foi o movimento literário mais marcante da história da Literatura Brasileira e uma das principais razões para isso é a genialidade dos autores que se destacaram neste gênero, como Machado de Assis, por exemplo.

Neste artigo, relembraremos alguns conceitos desta escola literária e apresentaremos algumas questões a respeito do Romantismo no Enem. Confira e aproveite!

Revise o conteúdo sobre Romantismo

O movimento romântico chegou ao Brasil pela influência europeia, sobretudo de Portugal. Apesar disso, após a proclamação da Independência, em 1922, os autores brasileiros começaram a perceber certa urgência de romper com os vínculos com a antiga metrópole, inclusive no campo artístico e cultural e, portanto, desenvolveram suas obras influenciadas pelos romances europeus, no entanto, com caráter mais voltado ao nacionalismo e o ufanismo.

A primeira obra romântica no Brasil foi publicada no ano de 1836 e demonstra bem o sentimento nacionalista e antilusitano de seu autor, Gonçalves de Magalhães. “Suspiros Poéticos e Saudades” trazia em seus poemas relatos do próprio autor a respeito de suas experiências e amigos, além de diversos textos poéticos enaltecendo sua pátria e declarando suas saudades.

Características do Romantismo

O Romantismo foi um movimento literário que possui diversas características próprias, que o distinguia das escolas que o antecederam. Estas são:

Subjetivismo

Nota-se, principalmente, pelo uso dos verbos em primeira pessoa. O autor desta escola literária não se poupa de expor suas posições e sentimentos pessoais.

Idealização

Muitas temáticas são colocadas de forma exagerada pelo idealismo do autor e isso se vê no uso exacerbado de adjetivos e descrições minuciosas. Além disso, a presença de estereótipos também é muito frequente. No romantismo vê-se a mulher sendo retratada como frágil e o indígena no ideal de herói nacional.

Sentimentalismo

As emoções são a maior marca desta escola literária e muita ênfase é dada a sentimentos como a tristeza, a saudade e a desilusão. Existe a crença, por parte do autor, de que a realidade pode apenas ser expressa através dos sentimentos.

Egocentrismo

Considera-se que o egocentrismo é nada mais do que um subjetivismo exagerado. Os sentimentos do autor, na literatura romântica são colocados acima de qualquer coisa.

Indianismo

Da mesma forma como no Romantismo europeu o medievalismo é apresentado como ideal de heroísmo, no Brasil, os autores românticos resgatam o “ideal do bom selvagem” ao apresentar o indígena como herói nacional pelo fato de, por não ter contato com a sociedade europeia, ser imaculado, perfeito.

As fases do Romantismo

O Romantismo é dividido em três fases com características próprias. Apresentamos, a seguir, de forma resumida, os principais traços de cada uma delas:

Primeira fase: os indianistas

Nesta, as obras eram caracterizadas pela exaltação da natureza, o resgate do passado histórico do país e a representação do indígena como herói nacional. Além disso, era forte a presença do sentimentalismo ufanista.

O autor mais marcante desta fase foi Gonçalves Dias, que publicou, em 1846, a obra lírica “Primeiros Cantos”, que conta com o poema “Canção do Exílio”.

Segunda fase: os ultrarromânticos

Com forte influência de autores ingleses e franceses, como Lord Byron e Alfred de Musset, a literatura ultrarromântica é caracterizada pelos textos que refletem o estilo de vida de seus autores, que, boêmios, viviam intensamente, sem se preocupar com o amanhã, abusando do álcool e de forma extremamente individualista.

Marcam este período os autores Álvaro de Azevedo (Lira dos Vinte Anos, 1853) e Casimiro de Abreu (Fora da Pátria, 1855).

Terceira fase: os condoreiros

A mais forte característica da última fase do romantismo é a forte crítica social no contexto da luta republicana e abolicionista, além da prevalência do otimismo, em contraposição ao pessimismo da fase anterior.

O principal autor dessa geração é Castro Alves. Participante ativo da luta antiescravista, o autor é conhecido como “o poeta dos escravos”. Publicou, em 1880 a obra poética O Navio Negreiro.

Dificilmente as questões sobre o Romantismo no Enem aparecem com a exigência de que os estudantes associem determinada obra a certo autor. Ao contrário, estas requerem mais é que os candidatos saibam interpretar o texto de acordo com seu contexto histórico.

Resolva questões sobre Romantismo no Enem

01 – (ENEM)

O mulato Ana Rosa cresceu; aprendera de cor a gramática do Sotero dos Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma gargantazinha de contralto que fazia gosto de ouvir.Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: “Mulato”. E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideiaparasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ele. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue.

AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996 (fragmento)

O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois

a. relaciona a posição social a padrões de comportamento e
à condição de raça.
b. apresenta os homens e as mulheres melhores do que
eram no século XIX.
c. mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de
saberes entre homens e mulheres.
d. ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de
ascender socialmente.
e. critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos
dispensados aos negros.

02 – (ENEM)

Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

ASSIS, M. et al Missa do galo: variações sobre o mesmo
tema. São Pauto: Summus, 1977 (fragmento).

No fragmento desse conto de Machado de Assis, “ir ao teatro” significa “ir encontrar-se com a amante”. O uso do eufemismo como estratégia argumentativa significa

a. exagerar quanto ao desejo em “ir ao teatro”.
b. personificar a prontidão em “ir ao teatro”.
c. esclarecer o valor denotativo de “ir ao teatro”.
d. reforçar compromisso com o casamento.
e. suavizar uma transgressão matrimonia

03 – (ENEM)

Abatidos pelo fadinho harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfiro, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outras notas, e outras, cada vez mas ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convuisos, chorados em frenesi de amor música feita de beijos e soluços gostosos; caricia de fera, caricia de doer, fazendo estala de gozo.

AZEVEDO. A. O cortiço. São Paulo: Ática. 1983 (fragmento)

No romance O Cortiço (1890), de Aluizio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois

a. destaca o nome de personagens brasileiras e omite o de
personagens portuguesas.
b. exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o
do português inexpressivo.
c. mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala
o fado português.
d. destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário a tristeza
dos portugueses.
e. atribui aos brasileiros uma habilidade maior com
instrumentos musicais.

04 – (ENEM)

Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia-se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas, afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito.

ASSIS, M. et al Missa do galo: variações sobre o mesmo
tema. São Pauto: Summus, 1977 (fragmento).

No fragmento desse conto de Machado de Assis, “ir ao teatro” significa “ir encontrar-se com a amante”. O uso do eufemismo como estratégia argumentativa significa

a. exagerar quanto ao desejo em “ir ao teatro”.
b. personificar a prontidão em “ir ao teatro”.
c. esclarecer o valor denotativo de “ir ao teatro”.
d. reforçar compromisso com o casamento. e. suavizar uma transgressão matrimonial.

Gabarito

01 – A; 02 – C; 03 – C; 04- C

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Jornalista e pós-graduanda em Literatura Brasileira. Atua como criadora de conteúdo, revisora e tradutora. Quer ser muitas coisas e é verdadeiramente apaixonada por tudo o que faz.

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