Os temas da Redação do Enem sempre envolvem assuntos relevantes para a sociedade. O meio ambiente é uma dessas pautas de muita importância e que, além disso, tem se destacado nos últimos anos. Diante de tantas catástrofes e crises, os olhares estão se voltando para a natureza e em como melhorar a relação com ela.
Devido à evidência e urgência do assunto, temas de redação sobre o meio ambiente podem ser cobrados no Enem 2021. Neste artigo, trouxemos 5 assuntos que se destacaram no último ano.
5 possíveis Temas de Redação sobre o Meio Ambiente
1. Preservação da Amazônia
O desmatamento da Floresta Amazônica bateu recordes históricos em 2021. Ele vinha aumentando desde 2012, mas agora atingiu novos patamares. Em abril deste ano, a devastação da Amazônia foi maior do que aquela registrada no mesmo mês nos últimos dez anos. Isso representa um aumento de 45% do número indicado em abril do ano passado. Esses são dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
A principal causa do desmatamento é a agropecuária. De acordo com um relatório da Rede de Informações Socioambientais Georreferenciadas da Amazônia (RAISG), esse é o motivo de 84% do desflorestamento. Por causa disso, 20% da floresta original já foi derrubada, causando prejuízos de diversas ordens.
- Alteração climática;
- Conflitos sociais;
- Risco de doenças e mortes;
- Boicote comercial internacional.
Além disso, o único aparente benefício que ele teria, de aumentar a produção agropecuária, é inválido. Há uma enorme área já desmatada sendo mal utilizada. Não existe a necessidade de novos desflorestamentos.
Apesar disso tudo, zerar o desmatamento na Amazônia ainda é possível. Para isso, contudo, é preciso seguir algumas diretrizes:
- Implementar políticas públicas ambientais;
- Apoiar o uso sustentável da floresta e a melhora na atividade pecuária;
- Sanção fiscal para empresas e produtos associados a novos desmatamentos.
2. Combate ao comércio ilegal de animais silvestres
Esse é um dos possíveis temas de redação sobre o meio ambiente para este ano porque se relaciona diretamente com a pandemia de coronavírus. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença surgiu devido à exposição de humanos a animais silvestres em um mercado atacadista de frutos do mar, na China. Apesar de grande, esse é só um dos problemas da prática criminosa.
O comércio ilegal dessas espécies também as ameaça de extinção, atrapalhando a biodiversidade. Elas são capturadas e vendidas para diversas finalidades: entretenimento, produção de medicamentos ou roupas e outros utensílios, serem transformados em alimentos ou animais de estimação. A comercialização de animais silvestres é a terceira maior atividade ilícita do mundo e o Brasil tem uma grande parcela nisso.
Por ano, cerca de 10 a 20 milhões de dólares são movimentados no mundo por causa dessa prática. Desse total, 10% corresponde ao Brasil. Segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas), de 100 animais capturados aqui, 70 são vendidos dentro do país e 30 no exterior. O Brasil é uma das principais rotas de tráfico por conta da nossa grande biodiversidade.
Combater o comércio ilegal de animais requer o investimento em pesquisas para aumentar a conscientização ambinetal. Além disso, é preciso rever a legislação já existente.
3. Poluição dos solos e uso de agrotóxicos
Os agrotóxicos são utilizados na agricultura para eliminar pragas, doenças ou plantas que prejudiquem o desenvolvimento de uma plantação. Esses benefícios, contudo, exigem um alto preço, já que fazem mal à saúde e contaminam a natureza.
O uso desses produtos pode contaminar a água, o solo e até o ar. Isso afeta diretamente a biodiversidade, provocando doenças e mortes em espécies não alvo. Aquelas que não morrem, acumulam o veneno no corpo, passando-o para frente da cadeia alimentar. Eventualmente, os humanos também são alcançados.
Sendo o Brasil um dos maiores países agrícolas no mundo, somos o maior consumidor de pesticidas internacionalmente. Já são 400 fórmulas aprovadas no país. Metade desses químicos liberados aqui são proibidos em países da União Europeia.
Resolver o problema passa, primeiro, por revisar a legislação e diminuir a quantidade de produtos aprovados para uso. É necessário também pensar em outras formas de aplicá-los e descartá-los, sem que haja tanto impacto ao redor. Outra possível solução é conscientizar mais a população sobre os efeitos desses químicos no corpo, incentivando o consumo de alimentos orgânicos.
4. Descarte de resíduos sólidos na natureza
Ano após ano, nossa produção de lixo aumenta. Na última década, a geração de resíduos sólidos no Brasil cresceu 19%. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), se continuarmos neste ritmo, esse crescimento pode ser de 50% até 2050. Mas isto é só onde o problema começa.
Além do aumento na quantidade de lixo gerada, também cresce o número de descartes inadequados. Ainda de acordo com a Abrelpe, também entre 2010 e 2019, o montante de resíduos tratados incorretamente subiu 16%. E não para por aí. Algumas estimativas da Associação projetam um aumento nessa porcentagem em função da pandemia de Covid e todas as medidas de segurança que ela exige.
O descarte indevido de lixo traz prejuízos enormes para a saúde dos brasileiros, para a natureza, uma vez que contamina os solos e a água, mas também para a economia. A destinação indevida de lixo gera um custo de cerca de R$ 1 bilhão por ano.
Atualmente, existe um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) que contempla uma série de procedimentos para o tratamento correto do lixo. Ele funciona como um guia para todas as etapas do processo a fim de que sejam ambientalmente corretas. Sua implementação depende de ações governamentais e do fim dos lixões, substituindo-os por aterros sanitários.
Como sociedade, contudo, podemos diminuir a produção de resíduos. É necessário uma maior conscientização para que as pessoas evitem o desperdício de alimentos, separem materiais recicláveis e orgânicos e descartem-os de forma adequada.
5. Desenvolvimento econômico e sustentabilidade
Por fim, um dos temas de redação sobre o meio ambiente que também pode cair no Enem 2021 é a sustentabilidade. Ele se destaca pois, longe de ser um problema, se apresenta como uma solução para o desgaste do planeta que vem ganhando força e adeptos. O desenvolvimento sustentável diz respeito ao progresso econômico em equilíbrio com os recursos ambientais e a sociedade.
O desenvolvimento sustentável foi proposto pela primeira vez em 2010, na cúpula Rio+10, realizada na África. As nações participantes do evento concluíram que não é viável pensar na preservação da natureza isoladamente. É preciso considerar também o contexto social e econômico, se não as ações para conservar o meio ambiente perdem força. Sendo assim, foram estabelecidos três pilares que devem ser trabalhados juntos:
- Desenvolvimento econômico;
- Desenvolvimento social;
- Proteção ambiental.
O maior desafio que o desenvolvimento sustentável enfrenta hoje é a conscientização. Portanto, deve haver um esforço para que as pessoas e as empresas entendam as vantagens de adotar atitudes sustentáveis.
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Todos esses temas de redação sobre o meio ambiente são possíveis de aparecer no Enem 2022 devido à atualidade e relevância dos assuntos. Por mais que a gente não saiba antes da prova qual vai cair de fato, esses são bons tópicos para você exercitar sua escrita.
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