Exposição de imagens íntimas na internet – Tema de Redação do Enem

Entenda como a divulgação e o compartilhamento de imagens íntimas na internet pode ser um possível tema de Redação do Enem.

Tema de Redação do Enem: Exposição de imagens íntimas na internet

A internet, se bem utilizada, pode trazer benefícios sem tamanho para o usuário. É uma ferramenta que promove encontros e reencontros, além de tornar a vida mais prática. No entanto, seu mau uso pode ter consequências graves, como, por exemplo, a exposição de imagens íntimas na internet.

Este fato já aconteceu com diversas atrizes famosas, como Carolina Dieckmann, mas, com muita frequência, a exposição de imagens íntimas na internet acontece com adolescentes e mulheres adultas que podem, até mesmo, fazer parte do nosso círculo de amigos.

Tendo em vista que este é um tema que levanta muitas discussões e está em pauta no cotidiano dos jovens e também no noticiário, grandes são as chances de ser apresentado como uma das possíveis propostas de redação no Enem 2020. Por isso, abordamos aqui alguns aspectos mais detalhados a respeito desta temática para auxilia-lo a aprofundar seus conhecimentos e adquirir bons argumentos. Confira!

Entenda a gravidade da exposição de imagens íntimas na internet

Para escrever uma boa redação a respeito da temática da exposição de imagens íntimas na internet é importante ter um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, conhecer dados, estatísticas, estar por dentro do noticiário que aborda a questão e também a legislação em torno disso.

Estatísticas

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou, no ano de 2018, um relatório tratando dos resultados colhidos a partir do Projeto Caretas, uma iniciativa que pretendeu colocar meninos e meninas adolescentes para interagir com Fabi Grossi, uma personagem fictícia que passou por uma situação de exposição de imagens íntimas na internet com o propósito de dialogar a respeito dessa temática e conscientizar a respeito da segurança nas redes.

O resultado final do relatório mostra que 90% das participantes afirmam ter aprendido sobre os riscos de compartilhar fotos íntimas com outras pessoas e praticar o sexting. Entretanto, o material divulgado pela UNICEF também mostra outros dados que merecem muita atenção.

A pesquisa foi realizada com 14 mil adolescentes entre 13 e 18 anos, dentre as quais 35% afirmaram já ter enviado fotos ou vídeos íntimos para alguém e 10% já sofreram com a exposição de imagens íntimas na internet.

Outro dado que preocupa se relaciona ao fato de que a maior parte das adolescentes que sofreram esse tipo de exposição não pode contar com redes de apoio após o ocorrido: 35% delas não contaram a ninguém sobre o que aconteceu e 80% sentiram culpa por ter tido a intimidade vazada nas redes.

Ainda mais grave é um outro dado divulgado no relatório do Projeto Caretas, do UNICEF: de acordo com este, 123 meninas e mulheres cometeram suicídio por terem suas imagens íntimas expostas nas redes sociais entre os anos de 2015 e 2017.

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Tema de Redação: A exposição de fotos íntimas na internet

Diante dos muitos debates que são levantados com frequência a respeito da temática da exposição de imagens íntimas na internet, existe a possibilidade de o próximo Enem apresentar, como proposta de redação, justamente esse assunto.

Por isso, repetimos: é extremamente necessário ter em mente todos os detalhes que cernem esse assunto, como os dados estatísticos, que já foram apresentados, e também fatos a respeito da legislação brasileira que trata sobre a questão da exposição de imagens íntimas na internet.

Alteração no Código Penal

A Lei da Importunação Sexual (3.718) foi sancionada no ano de 2018, propõe uma alteração no Código Penal, que criminaliza a exposição de imagens íntimas na internet sem o consentimento de quem aparece nas fotografias ou vídeos.

De acordo com o artigo 218-C, está proibido “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.

A lei ainda determina que esta prática criminosa seja agravada em até dois terços nos casos em que o infrator utiliza a exposição das imagens íntimas na internet como forma de vingança ou chantagem, ou tenha mantido algum tipo de relação afetuosa com a vítima.

Propostas de soluções

De acordo com o relatório que apresenta o resultado do Projeto Caretas, são duas as bases fundamentais para que a prática do crime de importunação sexual que resulta na divulgação de imagens íntimas nas redes sociais seja evitado: a família e a escola.

É importante que os pais ou familiares responsáveis pelos adolescentes intermediem as relações do jovem com a tecnologia e as redes sociais, provendo orientações sobre o uso responsável, e oferecendo suporte se algo assim acontecer.

A escola, muitas vezes, é o palco em que este conflito acontece, por isso, também tem papel fundamental. É importante promover debates a respeito do assunto e realizar campanhas de conscientização aos adolescentes sobre a prática do sexting e o envio de fotos íntimas, bem como oferecer todo o apoio necessário às adolescentes que passarem por essa situação.

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Jornalista e pós-graduanda em Literatura Brasileira. Atua como criadora de conteúdo, revisora e tradutora. Quer ser muitas coisas e é verdadeiramente apaixonada por tudo o que faz.

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