A prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, aplicada no primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) conta com questões que buscam avaliar a capacidade dos estudantes de interpretar os textos presentes ao longo da história na Literatura Brasileira, bem como a vida de diversos autores aclamados, bem como o contexto histórico em que suas obras foram escritas.
Neste artigo trataremos de um dos assuntos mais presentes na prova de Linguagens, o Modernismo. Este movimento revolucionou o fazer artístico literário na virada do século XIX para o XX e tem enorme importância na história do país. Confira!
O que foi o Modernismo?
Embora diversos autores já produzissem literatura com características modernistas antes do início da segunda década do século XX, o evento oficial que marca o início ao Movimento modernista no Brasil foi a Semana de Arte Moderna, realizada entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, em São Paulo.
Na ocasião, artistas plásticos, escritores e músicos se reuniram no Teatro Municipal da capital paulista com o objetivo de apresentar à cidade e ao país uma nova forma de fazer arte, rompendo com padrões antiquados presentes nas escolas literárias do século anterior, partindo de pressupostos políticos e sociais.
Foi um movimento que buscou enaltecer a produção artística nacional de diversas formas, como veremos mais adiante neste artigo. A exaltação dos símbolos genuinamente brasileiros é uma das características mais presentes nas questões a respeito do Modernismo no Enem.
As fases do Modernismo
Embora tenha sido um movimento que unia diversos tipos de fazeres artísticos, o Modernismo no Enem é abordado, principalmente, do ponto de vista da literatura. Neste sentido, esta escola literária surge na virada do século com a proposta de romper com todas as estruturas poéticas e literárias do passado, apresentando novidades de formas que, à época, causavam muita polêmica.
O movimento Modernista é dividido em três fases, que são denominadas: Heroica (1922-1930), Consolidação (1930-1945) e Reflexão (1945-1960).
Fase Heroica
A fase inicial do movimento Modernista tem início na Semana de Arte Moderna, que já mencionamos anteriormente, é muito abordada nas questões sobre o Modernismo no Enem. Esta é marcada pela tentativa de se desvincular do modo de fazer arte do século anterior e romper com as características da produção literária das escolas que o antecederam.
Também é muito marcada pelos movimentos culturais, sobretudo aqueles fundados e teorizados pelo autor Oswald de Andrade, como o Movimento Pau-Brasil e o Movimento Antropofágico. Este último consistia em, como o próprio escritor definia, “devorar” culturalmente os meios e as técnicas importadas da América do Norte e da Europa “para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produto de exportação”.
Ou seja, o objetivo era que os artistas brasileiros se utilizassem do conhecimento adquirido dos países do Norte, como Estados Unidos e Inglaterra, para produzir uma arte genuinamente nacional.
Consolidação
O contexto da segunda fase do Modernismo é a revolução de 1930 no Brasil e a crise de 1929, que afetou todos os países do mundo e teve também seus ruidosos ecos por aqui. Diante disso, os autores deste período levantavam, em seus textos, diversos questionamentos a respeito das lideranças estabelecidas no país e das oligarquias tradicionais.
Portanto, o romance que foi escrito nesta época tinha como principais características a denúncia social e a exposição da realidade brasileira, além do regionalismo, que, já presente na primeira fase, ganha ainda mais força neste período, destacando autores dos sertões do Brasil.
Reflexão
O momento histórico em que transcorreu a terceira fase do Modernismo é considerado o menos conturbado entre os três, tanto em nível nacional, quanto em escala global. O mundo tinha acabado de sair da Segunda Guerra Mundial e começava a tentar se recuperar dos danos sofridos social e economicamente, e o Brasil, após o fim do Estado Novo, dava início a uma fase de redemocratização.
Os autores entenderam este como um momento aberto a novidades e à criatividade. Foi nesta fase que surgiu um novo fazer literário, marcado pela linguagem própria de cada escritor. O regionalismo já está mais presente do que nas fases anteriores e a ficção experimental e o realismo fantástico começavam a despontar.
Principais autores do Modernismo no Brasil
Mário de Andrade
Conhecido tanto pela prosa (Macunaíma, 1928), quanto pela poesia (Paulicéia Desvairada, 1922), o autor se destacou, entre outras características, pela exaltação do país, a exploração da cultura brasileira, críticas políticas e sociais, e pela inovação no uso da linguagem. É um escritor que marca a primeira fase do Modernismo.
Jorge Amado
Nascido no município de Itabuna, na Bahia, o autor se destaca no regionalismo, presente na segunda fase do Modernismo. Seus romances buscavam retratar a realidade das populações das classes mais baixas, bem como seus costumes e tradições. A linguagem utilizada por Jorge Amado, assim como a de Mário de Andrade, também era simples, fugindo do rebuscamento e prezando pela compreensão do público e, da mesma forma como o autor citado anteriormente, este também fazia muitas críticas sociais em seus textos. Algumas de suas principais obras são Capitães de Areia (1937) e Gabriela, Cravo e Canela (1958).
Guimarães Rosa
Nascido em Minas Gerais, a prosa de Guimarães Rosa é característica da terceira fase do Modernismo, com o uso da linguagem rebuscada e a valorização dos aspectos regionais. O autor de Sagarana (1946) e de Grande Sertão: Veredas (1956) retratava a vida nos sertões do país e seu texto trazia diversas críticas às condições de vida das populações destes locais. Sua obra também marca a experimentação do gênero de realismo fantástico na Literatura Brasileira.
Agora que já revisamos diversos aspectos desta escola literária, separamos algumas questões sobre o Modernismo no Enem para exercitar seus conhecimentos! Confira
Comente