Entenda o que é a Proposta de Intervenção na Redação

A competência 5 da Redação do Enem exige que o aluno faça uma proposta de intervenção ao problema abordado no tema.

Saiba o que é uma Proposta de Intervenção na Redação

Quem está se preparando para o Enem sabe que a Redação é fundamental para garantir a aprovação em uma universidade. Para garantir um bom aproveitamento é preciso se dá bem nas cinco competências, que valem de zero a 200 pontos cada uma.

As quatro primeiras competências estão relacionadas, basicamente, a escrita e argumentação. Já a quinta, que é a proposta de intervenção, requer dos estudantes um pouco mais de atenção e pode ser fator decisivo na nota final.

Neste post vamos falar justamente sobre isso: O que é e como fazer uma proposta de intervenção na Redação do Enem. Confira!

O que é a Proposta de Intervenção?

De acordo com a Cartilha de Redação do Enem com as competências avaliadas na correção da prova escrita, percebe-se que não basta apenas fazer argumentações ao longo do texto. É preciso sugerir ações que amenizem os problemas expostos ao longo do texto.

Para isso, é preciso fazer uma proposta de intervenção na conclusão do seu texto. Mas afinal, o que é isso? Ela nada mais é que uma sugestão feita pelo autor do texto para solucionar o problema abordado no tema da Redação e desenvolvido ao longo do texto.

É importante frisar que uma boa proposta de intervenção deve não só refletir os conhecimentos de quem está fazendo a redação, mas também está coerente com a tese defendida durante o texto.

Ela deve ser concreta, detalhada e apresentar os 5 elementos obrigatórios, são eles: o agente da proposta, o conteúdo da proposta, o meio de execução, a finalidade e a fundamentação da proposta. Eles serão detalhados mais abaixo no texto!

Outro ponto que não pode ser esquecido, é que a intervenção deve respeitar os direitos humanos. Desse modo, você garante que os valores de solidariedade, cidadania, diversidade cultural e liberdade sejam respeitados.

Na elaboração da proposta de intervenção, é necessário ter em mente que ela não deve, necessariamente, ser inédita. O que importa é que sejam eficazes e estejam dentro do tema abordado.

Também não precisa, necessariamente, resolver todo o conflito apresentado, mas mitigá-lo, ou seja, atenuá-lo. Por fim, sua proposta não precisa ser grandiosa, basta que seja real, factível.

A seguir, veja quais os quatro princípios que regem uma boa proposta de intervenção. Assim, ficará mais fácil entender como construir a sua.

  • Aplicabilidade: deve ser razoável e não importa que sejam simples. O que se deve evitar é que sejam banalizadas no nosso cotidiano;
  • Factibilidade: observe se a proposta pode ser aplicada a qualquer cidadão a qualquer momento;
  • Relevância: neste caso, os avaliadores analisam se a intervenção é relevante ao tema proposto;
  • Articulação: devem solucionar os problemas apresentados pelo autor no desenvolvimento do texto.

5 elementos obrigatórios na proposta de intervenção

Como você já percebeu, a proposta de intervenção é fundamental para o fechamento de um bom texto. Para que isso seja possível, é preciso que sua proposta seja composta por cinco elementos que não podem faltar. São eles:

1. Agente da proposta ou agente interventor

O agente interventor é quem faz a proposta, o responsável pela iniciativa de propor soluções para os problemas apresentados ao longo do texto. A presença desse elemento é fundamental para que a proposta de intervenção seja não só real, mas aplicável ao cotidiano. Veja o exemplo abaixo:

(…) Nesse sentido, a sociedade organizada deve denunciar os parlamentares cujas posturas sejam contrárias — ou omissas — à reforma, por meio da veiculação dos nomes dos políticos nas mídias sociais. Essa iniciativa popular tem a finalidade de expor as condutas de autoridades que vão de encontro ao interesse coletivo. Inclusive, a mobilização cidadã é importante porque mostraria ao Congresso o engajamento nacional e cobraria para que o país experimentasse, na prática, a verdadeira democracia.

Os termos sublinhados representam os agentes da proposta. Veja bem que todas se referem ao povo e o autor utilizou uma seleção vocabular mais sofisticada.  

2. O conteúdo da proposta

Esse elemento é o centro da proposição. É quando você desenvolve os argumentos que dão sustentação à proposta. Por isso, ela deve ser clara e estar alinhada com a tese exposta no texto.

(…) Sob esse aspecto, a Agência Lupa — pioneira em Fact-checking no Brasil —deve ensinar os cidadãos a questionar a veracidade de todos os conteúdos veiculados, por meio de campanhas de aferição de verossimilhança, a exemplo do tipo de fonte e linguagem a ser utilizada no conteúdo a ser checado, a fim de que cada indivíduo se torne verificador de notícias falsas. Com isso, seriam preservados os interesses nacionais, e o Brasil deixará de ter, na prática, a verdade fragilizada.

3. O meio de execução da proposta

É preciso muito cuidado para não confundir o meio de execução com o conteúdo da proposta. Como já foi dito,  o conteúdo foca nos argumentos que embasam a proposição. Já o meio de execução pode ser exemplificado no trecho abaixo:

(…) Cabe aos indivíduos realizar debates, por meio das redes sociais, com vistas a incentivar práticas benevolentes que atenuem os problemas da coletividade.

Meio de execução da proposta: “por meio das redes sociais.

Conteúdo da proposta: incentivar práticas benevolentes que atenuem os problemas da coletividade.

4. A finalidade da proposta

Refere-se ao objetivo da proposta, a que ela se destina. Qual sua finalidade ao propor as soluções? Esse elemento deve ter valor argumentativo. Veja como mostra a o exemplo a seguir:

Cabe aos indivíduos realizar debates por intermédio das redes sociais, com vistas à redução dos casos de ‘bullying’ nas escolas brasileiras. Ao Ministério Público, por sua vez, responsabilizar as escolas que sejam omissas às agressões e promover a defesa da ordem jurídica, por meio das ações judiciais pertinentes, a fim de punir os agressores e evitar que se perpetuem os casos de ‘bullying’ no ambiente escolar.

5. A fundamentação da proposta

Por fim, a fundamentação ressalta detalhamento da proposta. É um aprofundamento que pode, inclusive, ser feito por meio de adjuntos adnominais, adjuntos adverbiais de modo, orações adverbiais, orações explicativas e adjetivas, etc.

Veja um exemplo de fundamentação:

(..) Impende, pois, que indivíduos e instituições públicas cooperem para assegurar que o Estado Democrático de Direito prevaleça perante os problemas advindos do preconceito linguístico. Nesse contexto, a Academia Brasileira de Letras deveria, por meio das mídias sociais e das escolas, incentivar uma literatura diversificada no currículo escolar.  A iniciativa da ABL teria a finalidade de aumentar o interesse do público e incentivar uma leitura que apresente variações diatópicas e diastráticas e não apenas a norma culta de prestígio. Com isso, haveria reconhecimento da pluralidade, e a nação brasileira estabelecerá, de fato, uma cultura inclusiva.

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Exemplos de agentes interventores para usar

No tópico anterior, vimos que os agentes interventores são peças fundamentais na construção de uma boa intervenção. A seguir, citamos alguns exemplos de agentes sociais de intervenção para você usar na sua redação:

  • Iniciativa privada;
  • Núcleos tecnológicos;
  • Mídia;
  • Escolas/ Universidades;
  • Ministério Público;
  • Agências Reguladoras, como ANATEL, ANS, ANVISA, ANEEL, ANAC, dentre outros;
  • Conselhos Profissionais, como Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal de Nutrição, Conselho Federal de Farmácia, dentre outros;
  • Família;
  • ONGs, Cooperativas, Associações e Sindicatos.

Aprendeu o que é uma proposta de intervenção? Se ainda houver dúvidas, deixe um comentário abaixo e não deixe de compartilhar com os amigos nas redes sociais!

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